Bahia aceitou proposta de Maradona, vendeu ídolo ao Boca e foi esquecido
Você sabia que o craque argentino Diego Maradona influenciou uma negociação de um jogador do Bahia? O jogador em questão foi o lendário atacante Charles, campeão brasileiro com o Bahia em 1988.
O ex-jogador foi alvo de polêmicas na seleção brasileira durante a Copa América de 1989 e se transferiu para o Boca Juniors por influência de Maradona.
Ídolo do Bahia e Maradona
Após ser um dos principais jogadores do Bahia na conquista do título brasileiro de 1988, Charles ganhou oportunidades na seleção brasileira com o técnico Sebastião Lazaroni. Entretanto, o treinador deixou o atacante fora da lista de convocados para a Copa América do ano seguinte.
Coincidência ou não, Salvador foi a sede da delegação durante a primeira fase do torneio. Com isso, a torcida baiana vaiava a seleção em cada jogo na Fonte Nova e Charles comentou sobre a situação muito anos depois.
“Foi um momento muito marcante na minha carreira. É claro que foi um momento chato. Não é bom pra ninguém ver seu país sendo vaiado, ver bandeiras queimadas, incomodou bastante. Pra mim foi um momento de satisfação por ver o carinho que o torcedor baiano tinha por mim”, contou.
Após se destacar no Tricolor de Aço, o jogador se transferiu para o Cruzeiro, onde foi campeão da Supercopa dos Campeões da Libertadores em 1991. Sua atuação na final brilhou os olhos de Maradona.
O craque argentino então comprou o passe de Charles e o repassou para o Boca Juniors, a fim de que o atacante vestisse a camisa do clube de coração do camisa 10. Mesmo não tendo um grande desempenho por conta das lesões, Charles diz que foi uma grande experiência para a carreira.
“Depois da final da Supercopa dos Campeões, ele me viu jogar e decidiu comprar meu passe. Cheguei lá e eles tinham um tabu, porque o Boca não era campeão há 11 anos, e eu fiz parte do time que se tornou campeão argentino. A convivência com o Maradona foi importante pelo que representava. Ele estava vivendo na Argentina na época, porque foi o período da primeira suspensão dele. Então, de vez em quando, treinava lá com a gente, eu saía com os empresários deles. Foi muito importante para mim”, afirmou.