Bahia é o dono do estádio Arena Fonte Nova?
Desde a sua inauguração em 2013, a Arena Fonte Nova tem sido um ponto de referência em Salvador, Bahia. Com sua arquitetura moderna e versatilidade, o estádio não apenas abriga eventos esportivos de alto nível, mas também se transformou em um centro cultural e de entretenimento.
No entanto, muitas pessoas se perguntam: quem é o verdadeiro dono deste magnífico estádio? Neste artigo, exploraremos a história e a propriedade da Arena Fonte Nova, revelando o papel do governo, parcerias público-privadas e a importância deste local para a comunidade baiana.
A História por Trás da Arena Fonte Nova
Para entender a propriedade da Arena Fonte Nova, precisamos voltar no tempo. A história deste estádio remonta à sua versão original, construída em 1951, que se tornou um dos locais esportivos mais icônicos do Brasil.
No entanto, o tempo cobrou seu preço, e em 2007, um trágico acidente resultou em parte do estádio desmoronando, deixando sete pessoas mortas. Isso marcou o início de uma nova era para a Fonte Nova.
A Reconstrução e Parceria Público-Privada
Após o desmoronamento, ficou claro que a Fonte Nova precisava ser reconstruída. Mas quem deveria ser o responsável por essa empreitada? O governo da Bahia tomou a decisão de revitalizar o local e promover seu desenvolvimento. Foi nesse contexto que surgiu a parceria público-privada (PPP).
A concessão foi concedida à Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), uma concessionária formada pelas empresas OAS e Odebrecht, sob o nome do Consórcio Arena Salvador.
O contrato de PPP, celebrado em 2010, estabeleceu que a FNP ficaria responsável pela administração, operação e manutenção da arena pelos próximos 35 anos.
A Concessão e a Temporada de Nome Patrocinado
A concessão da Arena Fonte Nova à FNP foi um passo crucial para viabilizar a reconstrução e manutenção deste importante local esportivo e cultural.
Como parte da concessão, a FNP se comprometeu a organizar, produzir e executar uma ampla gama de eventos, tornando a arena um projeto rentável e promovendo o desenvolvimento sustentável da região.
Além disso, a FNP aproveitou a oportunidade para celebrar contratos de nome patrocinado, um dos quais chamou a atenção de todo o país.
Em 2013, a cervejaria Itaipava, do grupo Petrópolis, assinou um contrato de patrocínio que levou o nome da arena a se tornar “Itaipava Arena Fonte Nova”.
Esse foi um marco, pois marcou o primeiro contrato de naming rights (direitos de nome) assinado para estádios da Copa no Brasil.
A Controvérsia do Nome: Octávio Mangabeira
A mudança de nome da arena para “Itaipava Arena Fonte Nova” não foi isenta de controvérsias. Houve opiniões divergentes sobre a ideia de renomear o estádio que historicamente era conhecido como Fonte Nova.
Isso levou a debates acalorados, com alguns defendendo a manutenção do nome original em homenagem a Octávio Mangabeira, ex-governador da Bahia e figura central na inauguração do estádio.
No entanto, ao final, ficou decidido que o nome oficial seria “Complexo Esportivo Cultural Octávio Mangabeira”.
O Projeto Arquitetônico e Estrutura da Arena
A nova Arena Fonte Nova manteve o partido arquitetônico original, preservando o formato de ferradura que homenageia a abertura para o Dique do Tororó.
Esta abertura serve não apenas como um elemento de design, mas também como uma fonte de ventilação natural, permitindo que a arena seja usada durante todo o ano para diversos eventos.
Aproximar as arquibancadas do campo foi uma das características marcantes do novo projeto, melhorando a visibilidade para o público. Além disso, a arena recebeu dois telões de alta qualidade, proporcionando imagens nítidas e um ambiente envolvente.
A cobertura da Arena Fonte Nova é uma conquista da engenharia moderna. Ela filtra a luz solar, reduzindo o calor, mas permite a iluminação natural. Além disso, é feita de material translúcido e resistente a ventos fortes, proporcionando conforto aos espectadores.
Segurança e Sustentabilidade
A segurança é uma prioridade na Arena Fonte Nova, com um avançado sistema de vigilância composto por 240 câmeras de circuito interno. Além disso, a arena foi projetada para permitir a evacuação rápida em caso de incidente, levando apenas oito minutos.
A sustentabilidade é um aspecto fundamental do projeto. A arena incorpora várias medidas ecológicas, como a economia de água, reúso de esgoto tratado, aproveitamento da água da chuva e reciclagem de resíduos.
A Arena Fonte Nova é reconhecida internacionalmente por suas práticas sustentáveis, tendo recebido certificações como ISO 9001 e LEED (Leadership in Energy and Environmental Design).
Setorização e Versatilidade
A Arena Fonte Nova é dividida em cinco setores, cada um com suas próprias subdivisões. Isso permite que uma ampla variedade de eventos seja realizada com eficiência. Os ingressos são vendidos em várias bilheterias e lojas da região.
Bahia e a Arena Fonte Nova: Propriedade e Parceria
A pergunta inicial continua: Bahia é o dono da Arena Fonte Nova? A resposta é um pouco mais complexa.
A arena é propriedade do Estado da Bahia, mas sua administração e operação estão sob responsabilidade da Fonte Nova Negócios e Participações (FNP), uma parceria público-privada formada pelas empresas OAS e Odebrecht.
Essa parceria público-privada desempenhou um papel fundamental na revitalização e operação sustentável da arena. A concessão à FNP permitiu que a Fonte Nova se tornasse uma referência não apenas no esporte, mas também na cultura e no entretenimento.
A Arena Fonte Nova é um ativo valioso para o povo da Bahia e para todos os que visitam a região.
Sua história de reconstrução após o trágico acidente de 2007, a parceria público-privada bem-sucedida e seu compromisso com a sustentabilidade a tornam um exemplo de como um estádio pode ser mais do que apenas um local esportivo.
É um centro de cultura, entretenimento e orgulho para a Bahia. Portanto, pode-se dizer que a Arena Fonte Nova pertence a todos que a valorizam e a tornam um local vibrante e significativo em Salvador.