Globo abriu os olhos do Bahia para absurdos do CFG nos Emirados Árabes
O Bahia vendeu 90% de sua SAF no ano passado para o Grupo City. Com isso, o Tricolor de Aço passou a fazer parte de uma rede de clubes, que conta com Manchester City e Girona, administrada pelo fundo de investimento árabe.
Apesar das críticas feitas ao Grupo City no que diz respeito ao governo dos Emirados Árabes Unidos, que controla o conglomerado, o Tricolor de Aço conseguiu se afastar dessas polêmicas.
Grupo City e pautas do Bahia
Desde que o Grupo City comprou o Manchester City, muitos questionamentos são realizados com relação à conduta ética e moral dos Emirados Árabes Unidos. O país tem um histórico de desrespeito a algumas pautas e acusações de violação dos direitos humanos, como já foi noticiado algumas vezes na Rede Globo.
Havia um temor de que isso viesse à tona no dia-a-dia do Bahia, já que o clube passou a fazer parte do Grupo em 2023 e segue sua filosofia de gestão. Contudo, o ex-presidente do Tricolor de Aço, Guilherme Bellintani, explicou que essas questões devem se adequar à realidade do clube e, principalmente, sua história.
O empresário usou como exemplo as pautas da comunidade LGBTQIA+. “Este tema foi discutido. Mas quando um fundo compra uma empresa no país, o que se precisa fazer é debater as normas do contrato e fazê-las serem cumpridas. E cuidar para que estejam de acordo com o que queremos para o nosso clube. O Grupo City é antenado com causas LGBT, participação feminina. Não há apropriação cultural dos árabes”, afirmou.
Quem também se manifestou sobre o assunto foi o presidente Emerson Ferretti, declaradamente homossexual e chegou à presidência já no estágio da SAF. Ele disse que o Bahia não vai deixar sua identidade de luta contra preconceitos e outros problemas da sociedade por conta da venda para o Grupo City.
“Não houve qualquer ruído diante da eleição do primeiro presidente LGBT do futebol brasileiro. A responsabilidade social está no estatuto do Bahia. Claro que o assunto é bastante delicado. O Bahia se importa com valores e causas sociais. É injusto dizer, por causa deste acordo com o City Football Group, que não nos importamos. Mas eles (o CFG) têm se mostrado preocupados com o social, têm feito ações localmente. Uma coisa é a origem do grupo, outra é seu braço esportivo”, completou.