Desde 2017, uma das características marcantes dos clássicos Ba-Vis na Bahia é a presença de torcida única. A decisão se seguiu a episódios frequentes de violência entre as torcidas, culminando na recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para jogos apenas com torcedores de um dos times. No entanto, um debate atual busca reverter essa situação e possibilitar a presença de torcidas dos dois clubes a partir de 2025.
A promotora de Justiça, Thelma Leal, está à frente de dois procedimentos que visam redefinir as estratégias de segurança para os clássicos, batizados de GT da Fonte Nova e GT do Barradão. O objetivo é firmar um termo de ajustamento de conduta com todos os envolvidos, de modo que permitir a presença de torcedores visitantes se torne uma realidade. Essa expectativa, segundo a promotora, é reforçada pelo cenário atual, sem registros de incidentes graves.
Qual é a posição dos clubes Vitória e Bahia em relação às torcidas mistas?
De um lado, o Esporte Clube Vitória demonstrou apoio ao retorno das torcidas mistas. Em entrevista exclusiva, o presidente do clube, Fábio Mota, afirmou que as recentes reformas no Estádio Manoel Barradas e a implementação de biometria facial são medidas que garantem a segurança necessária. O clube acredita na capacidade de realizar grandes eventos com segurança e se posiciona favoravelmente à coexistência das torcidas.
Por outro lado, o Bahia ainda não se manifestou oficialmente sobre o retorno das torcidas dos dois times. Segundo apuração da imprensa, a posição do clube é de cautela, apoiando-se em declarações do BEPE (Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos), que manifestou preocupação com a segurança. O clube também salienta que as políticas públicas não sofreram alterações significativas desde a proibição, o que reforça suas reservas quanto à mudança.
O papel das autoridades na segurança dos clássicos
A segurança nos clássicos baianos é um tema complexo, que envolve diferentes esferas de atuação. Para que a presença de torcida mista venha a ser aprovada, é fundamental que haja uma classificação clara dos riscos envolvidos em cada jogo. Assim, representantes dos clubes, junto à Federação Bahiana de Futebol (FBF) e à Polícia Militar, estão discutindo soluções conjuntas que possam garantir a proteção tanto no interior quanto no entorno dos estádios.
Nos últimos anos, o Ministério Público da Bahia tem desempenhado um papel essencial ao acompanhar de perto a questão da segurança nos estádios. A decisão de manter a torcida única foi reiteradamente avaliada em encontros que envolvem todas as partes interessadas, com ênfase na prevenção da violência e na garantia de um ambiente seguro para todos os frequentadores dos eventos esportivos.
Como a história influenciou a decisão de torcida única?
O histórico de confrontos violentos antes e durante os clássicos foi a principal razão para a adoção da torcida única nos jogos entre Bahia e Vitória. Em um episódio emblemático de 2018, uma briga entre torcedores, fora do estádio, mostrou a dificuldade em garantir segurança em eventos dessa magnitude. A partir desse momento, sem soluções eficazes para o problema, as autoridades consideraram necessário tomar medidas preventivas rigorosas.
Essa situação não só mudou a dinâmica dos jogos, que passaram a contar com a presença de apenas uma torcida, mas também afetou o clima de rivalidade que tradicionalmente caracterizava os clássicos. Como consequência, o esforço conjunto para reavaliar as medidas de segurança tem o potencial de transformar a maneira como esses jogos são vivenciados, buscando a restauração de um ambiente onde torcedores de ambos os lados possam coexistir em paz.
O futuro do Ba-Vi com torcidas mistas parece promissor?
Com as discussões em estágio avançado, há um otimismo crescente quanto à possibilidade de retorno das torcidas mistas nos clássicos baianos em 2025. As obras de infraestrutura nos estádios, aliadas a tecnologias como a biometria facial, são vistas como passos decisivos para assegurar que os eventos sejam seguros e organizados.
Contudo, o sucesso dessa iniciativa dependerá de uma colaboração abrangente entre clubes, torcedores e autoridades. A implementação eficaz das medidas de segurança e a superação das diferenças entre as partes interessadas são essenciais para concretizar o desejo de ver novamente, lado a lado, as cores que simbolizam essa rivalidade centenária nos estádios da Bahia.“`
